Hoje eu e o Gabriel saímos de casa para ir até um mercado que tem aqui pertinho, eu podia esperar até amanhã, mas senti que deveria ir hoje mesmo.

O mercado fica dentro do shopping e por isso temos que atravessá-lo para chegar lá.

Ao entrarmos percebi que havia uma mulher falando com o segurança, chorava desesperadamente, então diminui os passos para entender o ocorrido, ela havia perdido seu filho.



Perguntava aos lojistas e pessoas se haviam visto seu filho, pela descrição ele tinha o tamanho do Gabriel, ela gritava pelos corredores chamando..."Pedro"..."Pedro Henrique"...



Expliquei ao Gabriel o que estava acontecendo, e sem soltar da sua mão, disse que precisávamos encontrar o Pedro Henrique, começamos a procurá-lo olhando nas lojas, olhando pra baixo pra ver se ele não estava andando em outros andares.



Senti o choro engasgado em minha garganta, como se fosse meu próprio filho, sem deixar de procurar, comecei a orar e pedir a Deus que acampasse seus anjos ao redor daquele garoto, que a mãe pudesse encontrá-lo rapidamente e que o mantivesse protegido de qualquer situação malígna.



A mãe passou por nós apressadamente e ao chegar no play do shopping, se deparou com o pequeno Pedro Henrique em um dos brinquedos.



Naquele momento havia uma mistura de sentimentos, que a impediam de abraçá-lo, de tocá-lo, só conseguia chorar muito e questioná-lo do ocorrido, perguntando como foi parar ali, quem o colocou no brinquedo, dizia para não sair mais de perto dela...etc...



O menino respondeu que tinha subido sozinho e não disse mais nada, não havia qualquer reação da parte dele, nem estava assustado em ter ficado sozinho, era como se fosse normal estar ali quietinho.



Cheguei perto dela e a abracei, falei pra ela acalmar seu coração e entender que Deus tinha guardado seu filho naquele lugar. Ela agradeceu chorando e saímos dali.



Nos momentos de angústia daquela mãe, foram muitas as pessoas que não se moveram e nem se importaram com o ocorrido, dava pra perceber no rosto delas, um verdadeiro descaso.



Assim que ela encontrou seu filho, veio uma mulher e disse sorridente - "Ah...não fica assim...eu sempre perdia minhas filhas...isso é normal..."



O play estava vazio, com excessão do pequeno que sentou no brinquedo mesmo sem permissão, a funcionária responsável pelo local, se manteve imóvel, mesmo vendo que uma criança de 4 anos estava desacompanhada, e ainda assim, ao ver a mãe que o havia perdido, continuou sua conversa com outra mulher que estava ao seu lado.



O que leva as pessoas a serem tão insensíveis? Entendo que seja a falta do Amor de Deus.



O Amor de Deus toca corações, nos faz sentir a dor do próximo, procuramos ajudar sem qualquer recompensa.



Me sinto muito feliz em sentir o Amor de Deus, é gratificante ver uma vitória destas, mesmo que a pessoa seja desconhecida.



Fiquem em paz

Dani Carreiro
Ôôô mãe...


- Quando eu estava na sua barriga, eu dormia na minha cama???


- Quando eu for adulto e casar com a Yasmin...nós vamos comprar um bebê pra colocar na barriga dela, aí ela vai ficar bem gorda e o nenêm vai nascer...


Mas Gabriel, como assim comprar???



- Mãe, a gente compra os bebês na loja, lá na loja que vende "pessoas"...


- Aí a gente vai morar em uma casa com quintal pro nosso bebê poder correr e pular, perto da casa do vovô Célio.


- Se for menino vai se chamar João da Silva Sauro, se for menina vai ser Josefina e nosso cachorro vai ser o "chulé"...rsrsrs